O Senhor do Sábado
(Mc 2.23–3.6; Lc 6.1-11)
1Naquela ocasião, Jesus passou pelas lavouras de cereal no sábado. Seus discípulos estavam com fome e começaram a colher espigas para comê-las.
2Os fariseus, vendo aquilo, lhe disseram: “Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido no sábado”.
3Ele respondeu: “Vocês não leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros estavam com fome?
4Ele entrou na casa de Deus e, junto com os seus companheiros, comeu os pães da Presença, o que não lhes era permitido fazer, mas apenas aos sacerdotes.
5Ou vocês não leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e, contudo, ficam sem culpa?
6Eu digo a vocês que aqui está o que é maior do que o templo.
7Se vocês soubessem o que significam estas palavras: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’12.7 Os 6.6, não teriam condenado inocentes.
8Pois o Filho do homem é Senhor do sábado”.
9Saindo daquele lugar, dirigiu-se à sinagoga deles,
10e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada. Procurando um motivo para acusar Jesus, eles lhe perguntaram: “É permitido curar no sábado?”
11Ele lhes respondeu: “Qual de vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e tirá-la de lá?
12Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado”.
13Então ele disse ao homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada, e ficou boa como a outra.
14Então os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como poderiam matar Jesus.
O Servo Escolhido de Deus
15Sabendo disso, Jesus retirou-se daquele lugar. Muitos o seguiram, e ele curou todos os doentes que havia entre eles,
16advertindo-os que não dissessem quem ele era.
17Isso aconteceu para se cumprir o que fora dito por meio do profeta Isaías:
18“Eis o meu servo, a quem escolhi,
o meu amado, em quem tenho prazer.
Porei sobre ele o meu Espírito,
e ele anunciará justiça às nações.
19Não discutirá nem gritará;
ninguém ouvirá sua voz nas ruas.
20Não quebrará o caniço rachado,
não apagará o pavio fumegante,
até que leve à vitória a justiça.
21Em seu nome as nações
porão sua esperança”12.18-21 Is 42.1-4.
A Acusação contra Jesus
(Mc 3.20-30; Lc 11.14-23)
22Depois disso, levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo, e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver.
23Todo o povo ficou atônito e disse: “Não será este o Filho de Davi?”
24Mas, quando os fariseus ouviram isso, disseram: “É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios”.
25Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.
26Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, subsistirá seu reino?
27E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os filhos12.27 Ou discípulos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês.
28Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.
29“Ou, como alguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo? Só então poderá roubar a casa dele.
30“Aquele que não está comigo está contra mim; e aquele que comigo não ajunta espalha.
31Por esse motivo eu digo a vocês: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.
32Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir.
33“Considerem: Uma árvore boa dá fruto bom, e uma árvore ruim dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto.
34Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.
35O homem bom do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do seu mau tesouro tira coisas más.
36Mas eu digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado.
37Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados”.
O Sinal de Jonas
(Lc 11.29-32)
38Então alguns dos fariseus e mestres da lei lhe disseram: “Mestre, queremos ver um sinal milagroso feito por ti”.
39Ele respondeu: “Uma geração perversa e adúltera pede um sinal milagroso! Mas nenhum sinal será dado, exceto o sinal do profeta Jonas.
40Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra.
41Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora está aqui o que é maior do que Jonas.
42A rainha do Sul se levantará no juízo com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e agora está aqui o que é maior do que Salomão.
43“Quando um espírito imundo12.43 Ou maligno sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso. Como não o encontra,
44diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem.
45Então vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá a esta geração perversa”.
A Mãe e os Irmãos de Jesus
(Mc 3.31-35; Lc 8.19-21)
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